Brasil abre mais de 196 mil vagas de empregos com carteira assinada (CLT) em junho; confira o cenário econômico
O recente Informativo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que, em junho de 2024, 59% dos municípios brasileiros registraram saldo positivo de empregos com carteira assinada. O balanço mostra a criação de 2.064.143 novas vagas, enquanto 1.867.874 pessoas foram desligadas, resultando em um saldo positivo de 196.269 postos de trabalho.
Nos últimos 12 meses, o saldo de empregos cresceu para 1,72 milhão, um aumento de 4% em relação ao mesmo período do ano passado. Apenas no primeiro semestre de 2024, houve um crescimento de 25% em comparação ao primeiro semestre de 2023, com a adição de 1.283.046 novos empregos.
Novas vagas de emprego no Brasil
Carlos Eduardo Oliveira Junior, presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo (SINDECON-SP), acredita que o crescimento da empregabilidade está diretamente ligado à confiança dos empresários no mercado. Ele afirma: “A melhora significativa se deve à confiança dos empresários em investir, impulsionada pelo aumento do consumo, que por sua vez demanda mais produção e a contratação de novos profissionais.”
De acordo com o levantamento da CNM, junho de 2024 registrou o maior número de empregos formais da série histórica, com 46,8 milhões de postos de trabalho regularizados. Carlos Eduardo explica que: “O aumento da produção indica que o mercado está preparado para comercializar, gerando mais empregos e possibilitando a migração de trabalhadores informais para o setor formal.”
Mercado de trabalho do Brasil
O informativo da CNM destaca que junho de 2024 trouxe crescimento no estoque de empregos em todas as regiões do Brasil. A Região Norte liderou com variações positivas de 0,8%, 5,4% e 4,9% em comparação aos meses e anos anteriores.
Por outro lado, a Região Sul apresentou as menores variações, em grande parte devido às enchentes que afetaram a atividade econômica e agropecuária no Rio Grande do Sul. José Luiz Oreiro explica: “As enchentes no Rio Grande do Sul prejudicaram a geração de renda e empregos, impactando a economia local.”
Setores que mais contribuíram para o saldo positivo de empregos
A pesquisa da CNM revela que vários setores desempenharam um papel crucial no saldo positivo de empregos no primeiro semestre de 2024. Veja os destaques:
- Serviços (37%): Enfatizando agenciamento e locação de mão-de-obra, serviços de escritório e saúde humana.
- Construção (4%): Inclui obras de infraestrutura e construção de edifícios.
- Comércio (20%): Abrange tanto o atacado quanto o varejo.
- Indústria (15%): Foca na fabricação de veículos, produtos alimentícios, vestuário e acessórios.
José Luiz Oreiro, professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), destaca que o aumento significativo do investimento público em infraestrutura por estados e municípios foi fundamental para o crescimento robusto no setor da construção.
O ano eleitoral tem sido um fator importante para o aumento das contratações, especialmente em pequenas e médias cidades das regiões Norte e Nordeste. Carlos Eduardo Oliveira Junior explica que: “Durante um ano eleitoral, prefeitos aceleram a produção e as contratações para demonstrar resultados, criando empregos em setores como infraestrutura e saúde.”
Economistas preveem otimismo no mercado de trabalho
Os economistas estão otimistas quanto ao mercado de trabalho no segundo semestre de 2024. Carlos Eduardo Oliveira Junior, presidente do SINDECON-SP, antecipa que: “O mercado deve permanecer aquecido, com a possibilidade de gerar até 2 milhões de novos empregos até o final do ano.”
José Luiz Oreiro, professor da UnB, compartilha uma visão positiva: “Com a taxa de desemprego baixa e o crescimento do salário real, o consumo das famílias deve continuar a aumentar a demanda, impulsionando a criação de empregos e renda.”
O mercado de trabalho brasileiro está mostrando sinais de recuperação sólida, impulsionado pela confiança dos empresários, investimentos em infraestrutura e o efeito das campanhas eleitorais. Com essas perspectivas otimistas, o Brasil avança para uma recuperação econômica sustentável e inclusiva.